Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Périplo desértico-Andino - Parte 1

A primeira parte do périplo desértico-andino acaba de terminar. Parto do Peru, em direçao a La Paz, cheia de ternura pelo povo Peruano. Aqui o Brasil é visto como o maior país do mundo, e os brasileiros tratados como semi-celebridades. Fomos muito bem tratados na maior parte das vezes, em algumas delas como se fossemos artistas e amigos de velhos tempos, uma anfitrionagem sem tamanho! Espero encontrar o mesmo carinho entre os bolivianos, e nao espero tanto assim dos chilenos, humpf, talvez seja jà um ranço da problemática Peru- Chile da qual sem querer já tomo um pouco de partido! O Chile nao é muito bem visto pela maioria dos Peruanos, sobretudo nesses dias em que tentam retmar o que consideram um território perdido em guerras seculares. Enquanto isso, nos brasileiros da excursao Quiroga nos ponemos completamente embasbacados com a cultura Quéchua! (Aprendi que a forma de dar nome "Inca" nao é a mais apropriada, já que Inca foi um conquistador, uma pessoa, e nao o povo e sua cultura. Já o Quéchua, é uma cultura linda, e uma língua incompreensivel). Grande parte da populaçao ainda fala em Quéchua entre si, e, bendito sejam, parecem valorizar cada vez mais a bagagem que seus índios deixaram e mantém frente a dominaçao espanhola, antes, e americana hoje.
Bom, estou num cyber café e meu tempo estorou. Acabo de voltar de Machu Pichu e ainda nao assentei o impacto desse lugar dentro de mim. O único que preciso comentar é: acho que os Incas foram realmente o Império, o povo, a culura, ou como se quer que se chame, mais inteligente de todos os tempos.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

poeminha de mar e sertão


O meu rio irrigante
canta
o teu sertão navegante
danças
de baile em braile
desembesta
escorrega pista arriba

com as pontas dos calos
nadadeiras de ossos
goteira vaqueira
velejante e pelejante
mareja ao sol
serenando seus desembrólios e desconformes
como canta o sabiá
marujo d`água

de jeito que
pode não chorar
pranto
palo
seco à sec
pois que seria desperdício de terra
com tanta água de graça vinda do mar
janeiro a janeiro

(é que desconfiam de tanta fartura no barro
e também

que nada é prá jaz).