Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

quinta-feira, junho 22, 2006

Dá a luz, Lemisnki


"quero a vitória
do time de várzea
valente
covarde
a derrota
do campeão
5 X 0
em seu próprio chão
circo dentro do pão."

Leminski


Porra, Brasil, não pode ser tão difícil!
Faz ai a alegria da galera.

Vai, Ana Cristina, dá a luz

"Um beijo
que tivesse um blue.
Isto é
imitasse feliz a delicadeza, a sua,
assim como um tropeço
que mergulha surdamente
no reino expresso
do prazer.
Espio sem um ai
as evoluções do teu confronto
à minha sombra
desde a escolha
debruçada no menu;
um peixe grelhado
um namorado
uma água
sem gás
de decolagem:
leitor embevecido
talvez ensurdecido
"ao sucesso"
diria meu censor
"à escuta"
diria meu amor".


Um beijo, de Ana Cristina César, que procurou a luz.

quarta-feira, junho 21, 2006

Rima pobre de amor

Meu coração tem o cristal da primeira poulin

Frágil como um folheado

Chora como um bebe

Quando sonha que sonhou

E acorda com a vida inteira pra viver

Num quarto escuro

Bebe como uma diva

Perde um pouco a humanidade

Mas tem a coragem de um imigrante


E escreve numa camisa de malha


Estenda-me o seu escudo

Que eu vou passar com a minha dor


Um romance pelo ralo

e amanhã o amor

vira rima pobre em noite carioca

sábado, junho 17, 2006

Na esportiva

A copa tá rolando.
Mas só consigo me identificar com os gandulas.
E com as bandeiras, claro.

sexta-feira, junho 09, 2006

Poeminha do desamor ariano

Dizem que a vida de um ariano é basicamente se jogar
Cair e levantar por amores, mesmo que não caia de amores

Todos os dias de seu ano animado
Com trabalho e uns amigos pra se distrair

Ariano vive pra amar e pra brigar
e desconhece a expressão “take it easy, baby”.

Ariano primeiro ama, depois briga
E se primeiro briga, é pra em seguida amar

Mas com a fé em minha lua em capricórnio
vou escrever em um caderno fridakahlistico:

“Não faço mais poema de amor

Não faço.
Não faço mais poema com nome, sobrenome
com registro em carta registrada”.

"Não faço mais poema-homenagem
chamando a atenção dos amados
para a beleza dos grandes encontros
descrevendo as cores, os tecidos
os detalhes do bico da sola do sapato direito”.

"Não faço mais poema lembrando do dia
da hora certa em brasília, do brilho dos olhos
de quem não enxerga sem óculos
e de óculos.
De quem desvia o olhar,
e está por ali de passagem, não faço.”

Vai estar escrito:

“Agora quero o amor dos yogues
dos ambientalistas,
o amor altruísta
o amor-paz-e-amor

o amor egoísta: ´quero amar só´”.

Não será fácil, imagino
ariano não nasce com chifres punks
pra entrar em guerra de costas

Ariano que se preza começa de criança a costurar um escudo no peito

mas como demora um pouco até ficar pronto
aliás, um tanto, haja voltas de planetas

até lá, canja de galinha não faz mal a ninguém:
não vou mais cair da cama
em poema matutino, em cartinha pé de ouvido

em suspiros recheados da noite anterior.

Não mais árvores rabiscadas de corações pela ponta de meu canivete escolar

...

Será?! rá.