Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Possessivelmente só

Quando o só possível
Torna-se necessário

Quando o ir e vir
Depende de um fixo que é seu

E a posse é mais que uma questão de Poder
E vira condição de ser

É hora de sair prá poder entrar

Quando a vida mais real, dói mas tem mel
E é mais doce, mesmo mais austera

E quando todo o sentimento que vem torto
Não pode mais dar explicação no corredor
Há silêncios, explosões e descompassos

Quando dói viver o amor

Alguém diz que há um só possível

Que tem hora prá ser tomado
Que ninguém dá, é conquistado
Que vem de um gole e nem por todos é engolido

Quando há um só na calçada
Há um só naquele espaço habitado

Quando só se é possível ser vívido, só

É hora de sair prá poder entrar

E por mais solitário que possa parecer
E é.
Por mais não simples que possa seu poder
Mas pode.

Há um não e um colchão duro
Escuro.
Mas há um sim

Outras janelas, e só é possível.

Na casa dela

"(...) Como se não bastasse
O fogo e o olor
Foi tocado um sino que eu sei
Que um anjo foi quem tocou
Fogo, calor, perfume
Som de sino, oiô
Só faltava o mel,
Só faltava o mel
Mas o mel chegou! (...)"

Na casa dela - Gilberto Gil