Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Museu de grandes novidades

Caminha sem parar. Pàra. Nao pode parar. Para...

Tic sem tac

:

Ponteiro se malabarizando nas pernas,
amando-o e detestando-o quando é preciso.

é que a memoria do que vai ser é como um relogio de pulso:
muda de posiçao, se esconde e mostra de tempos em tempos:
é feita para que o corpo se movimente e o pensamento sem tic esbarre
no passado

de vez em quando
para ganhar uns futuros de presente.


Il n' y a qui se cherche qui ne se perd jamais

(provérbio africano)

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Afinidades eletivas





Paris

é bem mais alta que uma torre
mais latina que um quartier
mais romântica que uma chanson d’ amour na estaçao

tem bem mais arte a se louvar do que se pode mal respirar num louvre a mal ver

suas linhas subterraneas sao mais perfuradas que um labirinto de laticinios pra exportaçao

Bien sur…

e no entanto,

quando un petit fromage de qualquer marché pé de chinelo se deslumbra na minha lingua
de frances tropego a go go
pelo garfo estranho de un gran ami assim de noveau
e amigo

é dificil nao pensar
que a vida nao se monta no mundo
de pequenas ilusoes





Pequena ilusao fotografica: Robert Doisneau,
o classico dos classicos de uma inocencia para poucos,
mesmo em Paris.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Reveil i on

Na virada
desejo aos meus
desejos
vontades
impulso
de acordar todos os dias um pouco mais
perto do sol

Sem medo
de queimar os olhos
com a visão do amor

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e por amar
na luz
receberão

uma maçã jugosa estalando nos dentes
uma bochecha gelada-bebê
pra beijar
uma criança com quem aprender
a descoberta da infinitude da música e dos povos
o acesso a ferramentas misteriosas
uns ventos perfumados em caminhada matinal
que levarão discretamente os restos
e deixarão

uns pensamentos que se contorcem prá encontrar
formas novas de tempos

texturas que não passam na TV
temperos que se vêem na imaginação
temperaturas que se vestem na terra

visões de vidas ocultas
reveladas na simplicidade
da experiência do mar, do rio
ou da chuva fria no asfalto quente

Desejo a estes
a vontade de, por um segundo que seja,
prometer a lua a alguém

Que enxerguem nos fogos de artifício
as cores raras além do éter

De tempos em tempos.

Se tudo isso não for possível
desejo ao menos
que descubram no peito
um instrumento que toque em todas as estações.


À l'heure où la route au milieu du désert
Laisse apparaître enfin le paradis sur terre