Augusta

Nesses ladrilhos de cantina meio bar meio pastelaria metade árabes metade nordestinos metade japão, metade sicilianos
São Paulo e seus demônios passeiam
seu nervosismo exuberante pelo concreto de suas palmeiras poluídas em estressadas alegrias que alegria
enquanto seus trabalhadores hermanus desafiam sua revolta sonora
em sua luta elegantérrima
até o fim da linha São Paulo
e seus seguidores no compasso acertado do trem

desfilam magias e tiranias no espaço azulejado de historias se renovam
deliciosas faltas de concordância multiculturais
não páram sequer uma noite do dia

Seguem São Paulo, os seus seguidores
enquanto desesperam de paixão e cansaço
trabalhadores promissores residentes para sempre, temporários turistas notívagos

comprando e vendendo sonhos de mundo de hoje em plena luz executiva de meio frondoso reluzente dia que dia
tão paulista essa avenida, que avenida
tão paulista essa alegria.

No sonho não se bate nem com uma flor

Cérebro circular
Coração pendular