Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

sexta-feira, julho 27, 2007

A montanhinha de maoméia


"Acabou chorare no meio do mundo
Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio

(...)

Fiz zunzum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum”


E pronto. O vento fez uma curva.
Sem choro nem vela, muito pelo contrário.

sem pensar
nem no céu, nem no mar,
me carregou prá pegar umas pepitas de terra-luz em Minas.
E eu, pensa que duvidei? Fiz zumzum e fui, só alegria.

domingo, julho 22, 2007

Eu você e todos nós


"Dear darling,


Muchisimos mundos se crean y destruyen en este fin de semanas que ya no respeto a partir de los lunes. Revoluciones, sin soluciones. Soluzos sin las revueltas necesárias. Lucezitas que no terminan de prenderse en rayos de pocos años-luz, todo en nuestras manos, dadas las niñas que nos confunden y fortalecen en sus ruedas gigantes sin más. Pero, mamá...! No te agobies. Nada de más, nada pasó de concreto como los "hechos" de la mídia matinal. Nada más, de paso por acá, nos dimos cuenta de que nuestros sueños andan mucho más "reales" que mi vida.Y la vida no es el arte que pensábamos. Aún. Y es el arte, mucho menos aún, la vida que crecerá ya. Pero los sueños, estos si, voy a contarte, ando a respetarlos aún a los lunes. Por eso te escribo esta carta llena de hechos, hoy, que aún es domingo y se nos permite toda esta realidad."


Tu chica del puente

segunda-feira, julho 16, 2007

In these delyrics days


Quero mudar de vida. Se você demora mais um pouco. Vou por ai a procurar. Ele disse abre o olho: um passo a frente e você já não está no mesmo lugar, artistas fazem dinheiro, ele disse, é delírio.

Te faço uma lista de alimentos que não passam pela boca pra você declarar na praça da Sé...

Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida. (E da minha também)

Ele disse rir pra não chorar.

Nada no bolso ou nas mãos: caiu aquela gota de colírio. Ele disse, todo es vano sino hay amor.

Eu lhe disse, é delírio.

E estamos conversados.

domingo, julho 15, 2007

Desconocé a ti mismo


Me enseñas a preocuparme menos con la distancia

Tu, que estás más cerca que el Outro

A no olvidarme de que, antes de la física hay la metafísica

Y antes aún, la patafísica


Me enseñas sin ninguna didática

Que uno aprende aunque no se plantee

Y que planta

Aunque no conozca sus semillas

segunda-feira, julho 09, 2007

Fumódromo


Um poema antes de trabalhar

um poema antes de batalhar

a vida das horas

a que tem começo, almoço e fim

um sopro sem geografia

um olhar vazado entre ponteiros

um muchocho sem chefe

Me te ofereço

Antes da ode obediente

ao Dia adia

aproveitamento

e alguma indisciplina.

domingo, julho 01, 2007

A coisa

"qualquer
traço linha ponto de fuga
um buraco de agulha ou de telha
onde chova
qualquer
perna braço pedra passo
parte de um pedaço que se mova
qualquer
qualquer fresta furo vão de muro
fenda boca onde não se caiba
qualquer
vento nuvem flor que se imagine além de onde o céu acaba
qualquer
carne alcatre quilo aquilo sim e por que não?
qualquer
migalha lasca naco grão molécula de pão
qualquer
dobra nesga rasgo risco
onde a prega a ruga o vinco da pele
apareça
qualquer
lapso abalo curto-circuito
qualquer
susto que não se mereça
qualquer
curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza
qualquer coisa
qualquer coisa que não fique ilesa
qualquer coisa
qualquer coisa que não fixe"

Arnaldo Antunes


A música é linda, de uma singeleza e erudição tremenda, como qualquer coisa que faz o titã mor do início e do fim do rock brasileiro, embora não diga tanto do que ando catando: embora no céu, alguma, e não qualquer, coisa que fixe.