Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

terça-feira, junho 01, 2010

O silêncio do amor

Hoje um amor se foi, dentre tantos que vão se acendendo dentro da gente
nossa neguinha se foi, sim deixando outras estrelinhas semeadas conosco, vivas Mas ela se foi, nossa neguinha
E que saudade difícil de enganar está deixando


Neguinha era muito mais do que esperávamos, e ela não esperava muito da gente
Queria presença, mas no lugar de pedir, se fazia ela mesma presente
Pois digo que hoje se
foi a mais humanizada presença em amor
Amor canino que fica sem exigir contra-partida
e vai sem pedir as contas


Neguinha se foi em silêncio
Deixando com a gente a lembrança daquele rabinho tilintante
De seus olhos marinhos que brilhavam de alegria

E conduziam sua sombra onde quer que a gente fosse
Fidelidade vira-lata, o silêncio é que é fiel


E o silêncio do cão se há de respeitar

Tem a sabedoria de um pré-acerto com a vida, por viver

Prá que mais?
Estamos nela, e já está tudo bom

Neguinha dizia sem dizer

O importante do amor é fazer.
É andar junto

com os anos


Sem anunciar

Nem a partida nem a chegada
Neguinha dizia sem dizer
Ser presente é o presente.