Possessivelmente só
Quando o só possível
Torna-se necessário
Quando o ir e vir
Depende de um fixo que é seu
E a posse é mais que uma questão de Poder
E vira condição de ser
É hora de sair prá poder entrar
Quando a vida mais real, dói mas tem mel
E é mais doce, mesmo mais austera
E quando todo o sentimento que vem torto
Não pode mais dar explicação no corredor
Há silêncios, explosões e descompassos
Quando dói viver o amor
Alguém diz que há um só possível
Que tem hora prá ser tomado
Que ninguém dá, é conquistado
Que vem de um gole e nem por todos é engolido
Quando há um só na calçada
Há um só naquele espaço habitado
Quando só se é possível ser vívido, só
É hora de sair prá poder entrar
E por mais solitário que possa parecer
E é.
Por mais não simples que possa seu poder
Mas pode.
Há um não e um colchão duro
Escuro.
Mas há um sim
Outras janelas, e só é possível.
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