Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

poeminha de mar e sertão


O meu rio irrigante
canta
o teu sertão navegante
danças
de baile em braile
desembesta
escorrega pista arriba

com as pontas dos calos
nadadeiras de ossos
goteira vaqueira
velejante e pelejante
mareja ao sol
serenando seus desembrólios e desconformes
como canta o sabiá
marujo d`água

de jeito que
pode não chorar
pranto
palo
seco à sec
pois que seria desperdício de terra
com tanta água de graça vinda do mar
janeiro a janeiro

(é que desconfiam de tanta fartura no barro
e também

que nada é prá jaz).