Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

terça-feira, maio 23, 2006

Dizque vale a pena

Entrei no parque de diversões

Tarde de sol, céu sem nuvens

Música para olhos e ouvidos


Palhaços, gnomos, algodões coloridos

Confetes serpenteando, purpurinas com roteiros decorados: praticamente um carnaval


Crianças semi-cegas apalpavam o tamanho da alegria

enquanto pais repressores, enfiando a vergonha na cueca,

entregavam os pimpolhos a deus. Enfim, sós.

(Pais no parque podem sentir-se “adolescentes” – tem que ter muita maturidade) - dizia na placa, junto com os preços na entrada


Mas eu nem vi o preço do ingresso

me chamaram, eu entrei


E passadas horas que nem sei mais ler, ganhei um relógio no tiro ao alvo. Gente entendida de psicologia, essa. Relógio de plástico. Só pra...

Pensam que não sei das coisas, que não sei que não sei por quanto tempo vou ficar no parque, com esse relógio que só uso porque eu sou mesmo uma pessoa elegante.


No trem fantasma e na montanha russa

quis chamar minha mãe e voltar pra casa dela

mas não voltei

perguntei pra quem sabia

fechei os olhos apertados, pra lembrar do meu sonho de antes


me juraram de pés juntos que

tinha carrossel e roda gigante

e pastel. e muita comida gostosa à tarde


e disso eu gosto. Gosto muito.

Adoroamo merendar no parque de diversões

e de cachorro-quente, pipoca e refrigerante também.


Acho que vou ficar por aqui.


Espero que a serpente se lembre que não basta trazer a maçã, ela tem que ser a do amor.