Inferno astral I
Uma amiga me sugeriu: vá para a rua
chute postes, chute latas,fale sozinho
E eu falei
com os postes, com as latas,
(Não tinha ninguém pra chutar)
Chutei sozinha
uma canela imaginária de um crápula qualquer
a cara sem vergonha de um opressor inexpressivo
a barriga-mala de um canalha vira-latas
E a resposta veio da rua: faça um poema
Qualquer
Umas palavrinhas assim irrelevantes que te façam acreditar
Que é muito melhor fingir
Do que se desesperar a vera
Cum diabo dum inferno astral
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