Blog de frestras. Não é diário íntimo. Para jogar as imperfeições no circo, desentupir excessos, fazer uma calçada.

quarta-feira, julho 29, 2009

do outro lado da linha do escudo


Cada vez que chega uma carta tua do outro lado
tenho o impulso de responder
soltando mais um pedaço de linha do meu carretel

e te oferecer metros menos de mim de longe
a possibilidade e a sina de se comunicar comigo prá sempre

chances a mais de se deparar com tesouros de pólvora e bombas de ouro numa caixa preta de cores não confiáveis

E esse feixe de flechas - metade contaminada, metade insuflantes
bem ia cravar-te um novo código no peito

mas o ar está cheio demais de microondas, macroondas e
medíocres ondas que confundem
comunicação virtual demais

e o feixe as flechas o veneno e o tesouro estancam no ar parado o sinal fica fraco e com medo eu seguro tensa a linha do carretel com medo dos raios no meio do ar quente a linha congelada da ligação com medo a conexão muda a
ligação se interrompe

e nem você enriquece nem você explode
nem desiste nem morre envenenado de amor e eu
nem relaxo o carretel
nem puxo de vez esse anzol
cada vez que chega uma carta tua do outro lado
o tempo e o espaço podiam ser nada
o poder da vontade podia ser tudo
o amor maior que
mas minha fala fica mais muda.