do outro lado da linha do escudo
Cada vez que chega uma carta tua do outro lado
tenho o impulso de responder
soltando mais um pedaço de linha do meu carretel
e te oferecer metros menos de mim de longe
a possibilidade e a sina de se comunicar comigo prá sempre
chances a mais de se deparar com tesouros de pólvora e bombas de ouro numa caixa preta de cores não confiáveis
E esse feixe de flechas - metade contaminada, metade insuflantes
bem ia cravar-te um novo código no peito
mas o ar está cheio demais de microondas, macroondas e
medíocres ondas que confundem
comunicação virtual demais
e o feixe as flechas o veneno e o tesouro estancam no ar parado o sinal fica fraco e com medo eu seguro tensa a linha do carretel com medo dos raios no meio do ar quente a linha congelada da ligação com medo a conexão muda a ligação se interrompe
e nem você enriquece nem você explode
nem desiste nem morre envenenado de amor e eu
nem relaxo o carretel nem puxo de vez esse anzol
cada vez que chega uma carta tua do outro lado
o tempo e o espaço podiam ser nada
o poder da vontade podia ser tudo
o amor maior que
mas minha fala fica mais muda.
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