Beautiful Boys
para Aline
All those beautiful boys enlouquecem
as desavisadas que tentam, vanamente entende-los, enquadrá-los
enfeiá-los, enlouquecem.
Porque all those beautiful boys
sempre têm a varinha pan de peter
O amassado-imã do peito da camisa, um sorriso na manga, até quando chovem raios.
O brilho convidativo que te faz esquecer a mais valia, a indústria cultural, a seca no nordeste. Fatais: bronzeados ou de alvidez pedinte de tapas, cabelos aparentemente descomprometidos te rogam ‘me bulina’: e sempre descobrem o cursinho que lhes eleva do nada com graça pro eficiente começo de papo em qualquer lugar – têm prochego.
All those beautiful boys
Nunca sabem explicar por que desistem das coisas
Nem porque se atraem pelas mães
Não importa: mamam bem.
All those beautiful boys
Sempre demoram mais a envelhecer que suas amantes
Por que
Não sofrem, não falam
Só choram quando “His greatest love was executed”
Mas são tão lindos, tão cheirosos
Tão gostosos, tão gostosos
do havaí aos infernos londrinos, all those beautiful boys
sempre tão cheios de melodias, the beautiful ones
Sempre sacam a frase certa, na hora certa: as que nos fazem sentir THE
queen of the old poetry
All those beautiful boys, ai ai...
quero um pra mim, de novo, pra botar na cabeceira
e deixar no modo pager
que não sofra, que não fale
que até esqueça que seu grande amor foi morto
mas que saiba que as cocorosie eles não conquistam de verdade.
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