Truth doesn´t make a noise
Metendo o pé na porta, mesmo fazendo barraco, sozinha, ridícula:“O barulho não será gratuito”
Ela alcança aquela porta e não hesita
“Se houver verdade ou se ela for convincente”
Só por um momento, um átimo que registre
Um pingo de instante insistente
Uma gota de tinta, que lhe faça dizer, merda, borrei
a que faça o desejo dar o primeiro choro: “existo”
E depois... não importa – que venham as dúvidas
Que se afogue tentando explicar, não importa
Ela tem-que-meter-o-pé-na-porta
Esperando encontrar
Tudo o que não pode ser como água
nem o gelo de projeções ancestr-“ais”,
“E que não seja fogo de palha”
Desafio, porque venta. Bobagem.
Ela tem que empurrar um encosto que passa na hora, com medo
“Deboche”, paralisias sabotantes, repteisções
Fátuo ou fato, importará? Bobagem.
Ela empurra com mais força o encosto que passa na hora
Que exista! “Se houver verdade ou se ela for convincente”
Extrato-relatório das vocações que não tenham virado ilusão
Por favor, "me permita meu pé esse chute”
“Preservarei a porta”
“Dobrarei bem dobradinho, guardarei”
“Darei os créditos”
De dia. “Em dia, é promessa”
Ela mete o pé na porta
Esperando encontrar...respira para não parar de respirar
“Essa falta de...” Alegria. Não, alergia. “Essa falta de...”
E qual não é sua surpresa, quando encontra estirada no sofá...(respira para não parar de respirar)
Sua imagem e semelhança. Uma pessoinha. Miniatura-regredidos 20 anos, ocupa um terço do móvel. Rindo e rindo, um canudo na boca. Velho, babado. Um olhar de não há assunto que me preocupe nessa existência, as mãos atrás da cabeça, um chinelo colorido num pé, agitado, o rádio ligado tocando ciranda, “não”, nirvana... no outro pé uma enorme bota de gesso.
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